[Não é grossura quem preserva seus costumes Não é machista quem no canto é soberano Se lá pra cima não aceitam meu cantar Não vou mudar, não imito americano] Tem gente leiga que contesta esse meu jeito Que ser gaúcho é ser machista, é grosseria Que o brasileiro não entende o linguajar E o meu cantar, lá pra cima não se cria Eu tenho origem, tenho pago, eu tenho chão Tenho querência, sou bem-vindo onde morar Venho a cavalo lá dos primórdios do tempo Trago a contento muita história pra contar (Por isso canto Meu gauchismo aguerrido Que foi parido Pra cruzar as gerações Feliz é o povo Que pode cantar o que é seu No apogeu Das mais belas tradições) [Não tenho culpa, ter vocábulo diferente Esse dialeto vem lá de meus ancestrais Vem do tupi-guarani, do asteca e araucano, Do quíchua e castelhano, português, e outros mais] Nasci no campo, no ermo de sesmaria Cresci liberto como o galopar do vento Me fiz ginete no lombo dos aporreados Sempre guiado pela luz do firmamento Marquei fronteira, alastrei o meu Brasil Me fiz guardião do garrão desse país Banhei meu pala no sangue de trinta e cinco Lutei com afinco pro Rio Grande ser feliz (Por isso canto Meu gauchismo aguerrido Que foi parido Pra cruzar as gerações Feliz é o povo Que pode cantar o que é seu No apogeu Das mais belas tradições)