Carneador de Tropa Avental de estopa branca um lenço na cabeleira A solinge marca touro não respeitava tambeira Sangue corria na bolha nesta faca carneadeira Que se mesclava com o bufo numa nuqueada certeira Reluzia na fivela resíduos de sebo quente Quando engraxava o sovéu com o boi que lhe viesse a frente Dando de encontro com a morte pra deixar de ser vivente Morria dando pataços bufando e rangindo os dentes (A vida traz atropelos Pra quem se topa com a sorte O boi arrepia o pelo Quando sente a dor do corte Nunca fica pra sinuelo Dando de cara com a morte) Tirava o couro com jeito com calma e muita paciência Pois nos abates de campo tivera grande experiência Herança dos velhos troncos ao longo de uma existência Conhecido nas estâncias por carneador da querência Da tarca perdeu os contos da faca morreu o fio Da chaira restou o cabo do candeeiro só o pavio E clareou noites de ronda enfrentando chuva e frio Quem foi carneador de tropa conhece o tal desafio