Um índio se espreguiçava na sombra de uma carreta Admirando um ginete cortando só na paleta De baixo do arvoredo uma acordeona sotreta Fazia me recordar do ronco da porca preta. Até me lembro de uma baile, um xirú igual um capeta Entrou pra dentro da sala e arrancou de uma escopeta Gritou alto pro gaiteiro tu toca ou fica maneta, E mandou que ele largasse o ronco da porca preta. Bamo neguinha no meta e meta Bamo neguinha no meta e meta Chacoalha as nadegas no ronco da porca preta. No meio tinha um velhote quilinudo e bem maceta Gritando toque de novo o ronco da porca preta Minhas botas sem o taco, as esporas sem roseta Pois por onde eu andar ouço o ronco da porca preta Por isso de vez em quando me largo pra uma carpeta Porque a malvada sorte a muito me fez gambeta Quando ajojo a solidão gora-gota, teta-teta Sou igual um cachaço roceiro atrás da porca preta.