Este meu velho chapéu que sempre anda comigo Ele me serve de abrigo quando trabalho ou passeio Eu com ele me alceio quando chego numa festa Assim quebrado na testa qualquer China eu pealeio É preto que nem os olhos de uma China que eu conheço De valores o adereço, pois a tempos me acompanha E nas lidas de campanha eu sempre te levo junto Só te tiro pra defunto ou pra uma China com manha Também tiro quando rezo numa conversa com Deus Contando os pecados meus que até já fiz sem pensar É fácil de se errar neste mundo desparelho E não é qualquer conselho que eu paro para escutar Tu já servistes de leque abanando alguma China Já te sentei pelas clinas de uma chinoca com zanga Que ficou igual pitanga depois que nem maçanilha Já te usei de vasilha pra beber água na sanga Quando chego te penduro numa parede da sala Juntito de um velho pala que também é meu amigo Me lembra um amor antigo que até me causa medo Vocês dois guardam segredos pois me serviram de abrigo Com chuva, vento ou com Sol, te uso bem pacholento Eu não escolho momento, pra te usar meu chapéu És o único troféu que levarei ao meu lado Pra te usar bem tapeado na estância grande do céu