Sou gaúcho e creio em mim, isto já é o bastante Não acho estrada ruim, meto o peito e sigo adiante Eu sou a sobra de heróis do sul do país gigante Sou filho da liberdade, sou motivo de saudade De alguém que vive distante Sou cordiona de oito baixo, num fandango de galpão Sou chapéu de barbicacho, sou espora, sou garrão Sou padrinho do pecado, afilhado do perdão Eu sou a faca e o queijo, eu sou o maior desejo Das prendas do meu rincão Eu sou viola de pinho, amiga da serenata Sou alma de passarinho cantando dentro da mata Sou a água cristalina que derrama da cascata Sou relógio de hora certa, sou atadura que aperta Quando a sangria desata Eu sou o berço que embala o sono de um inocente Sou o silêncio que fala de um amor que vive ausente Sou herança do passado, recordação do presente Entre as coisas que falei, eu sou madeira de lei E além de tudo sou gente