"Não cai daquela feita te juto nunca mais caio Na estância do João Sampaio que gineteada de luxo Me benzi numa água benta peguei o diabo pelas venta bem no estilo gaúcho" Foi lá na Estância Querência que eu me topei com um tordilho Potro gavião e crinudo com forquilha nos curnilho Era cruzado com diabo maleva desde potrilho Tinha o lombo amaudiçoado pra nunca sentar lombilho Se criou cruzando campo cortando cerca de espinho Ligeiro que nem um raio arisco e sempre sozinho Dizem que em noites de chuva, de ceração ou neblina Relinchava trincando os dentes mordendo a ponta da crina Eu sou do campo, nascido lá na fronteira Sou Doutor Honóris Causas da lida buena campeira Já tinha matado gente a golpe, coice e mordida Peão que pegasse o ventana já se estragava da vida Resolvi tentiar uma ferpa daquele maula teatino Pra ver quem tinha mais sorte no corredor do destino O patrão fez um fandango que nem dia de "cazório" Se acaso eu levasse a breca tinha festa no velório Levei aquele "velhaco" bem no sinal no rodeio Atraquei um pé de amigo pra depois mete os arreios Eu sou do campo, nascido lá na fronteira Sou Doutor Honóris Causa da lida buena campeira Quando tirei a maneia senti um brunido tão feio Meteu as patas na cara partiu meu basto no meio Me grudei no tinhoso senti arrepiar o cabelo Saltei pra cima do quebra sem nada no puro pêlo Quebrei a fama do tufo cortando só nas "virilha" Não caminhou uma semana e não pastou por quinze dias Me disse um gaúcho taita ate o caixo a canta galo Pra recorrer o Rio Grande montado nesse cavalo Eu sou do campo, nascido lá na fronteira Sou Doutor Honóris Causa da lida buena campeira