De noite eu tava dormindo Dormindo eu tava sonhando Quando acordei recebi A carta que foi chegando Era um convite de festa Que vinha me convidado Na carta também dizia Para mim levar meu mano Quando foi no dia seguinte O sol já vinha apontando Dei uma volta no campo Peguei o pingo ruano Dei uma ração de milho E logo fui encilhando Com meu lenço no pescoço Com as pontas balançando Meu mano pegou um zaino Por nome de aragano Puxou ele pro galpão E logo foi encilhando Pegue a capa companheiro Que o tempo ta trovejando Eu junto com meu irmão Nóis saímos conversando Quando cheguemo na festa Fogueira tava queimando Tava na hora do terço Capelão tava rezando Soltemos os pingos no pasto Pra dentro já fumo entrando Já fiz minha oração Pelo sinal se ajoelhando Depois fizemo fandango O povo fez o rodeio Bate certo rapaziada Mais parece um bombardeio Eu falei pro meu irmão Não precisa ter receio Nos fandango aonde eu entro Não costumo fazer feio Passemo a mão nas gaitas Cantemo verso dobrado Meu mano fez a primeira Cantou de peito folgado Depois mudemo a batida Toquemo um xote largado E a fama dos dois irmãos Mais uma vez ficou provado