Os Maragatos

Baile de Magrinho

Os Maragatos


Passei a mão na xerenga
Pra cortar um naco de fumo
Andava meio sem rumo
Consultei os quatro vento
Atei o laço nos tento
E uma mala na garupa
Eu saí no upa e upa
Seguindo meu pensamento

Eu entrava noite à dentro
Na marcha do pingo branco
Na casa do Tico manco
Cheguei batendo as esporas
Atei o pingo na hora
Que ficou mascando o freio
E o baile estava pareio
Pra quem olhasse de fora

Paguei a entrada e entrei
Fui me sentar lá num banco
Avistei ali num canto
Uma prenda linda e buenacha
Tava de cabeça baixa
Pois seu pai não era manso
E eu não passo de ganso
Cheguei batendo a bombacha

O velho deu um resmungo
Limpou o pó da garganta
Em seguida se levanta
Se chegando pro meu lado
Procurei ser educado
Sem perder as estribeira
Pra ninguém chiar a chaleira
Com o fogo quase apagado

Tirei a prenda e dancei
Um bochincho se iniciou
O pai dela não gostou
Parei na segunda volta
Fiquei do lado da porta
Não deixei ninguém passar
Gritei eu quero mostrar
Como é que um cusco se solta

Eu estava de bombacha
E que era baile de magrinho
Notei que estava sozinho
E o baile estava bonito
Eu saí meu esquisito
Meu cavalo estava junto
E para encurtar o assunto
Voltei pro rancho solito