Eu desde guri gostei de um surungo Só pra ver o fungo da velha cordeona Fico abagualado quando danço um xote Cheirando o cogote de uma querendona Dou um grito na sala animo a bailanta E poeira levanta quase nem se vê Num canto o candeeiro quase se apagando E a gaita chorando num bom chamamé. Gaitita que espicha se encolhe e se dobra Faz uma manobra num som bem campeiro Gaitita baguala com este teu choro Arrumo namoro pra muitos gaiteiros. Termina o surungo eu volto pro rancho Trazendo no poncho cheiro de avon E no pensamento a linda pinguancha E algumas manchas de ruge e batom São restos de baile que eu sempre carrego Mas nunca me entrego por que sou um taita Não me arrependo do sono perdido Pois trago no ouvido o som de uma gaita.