Os Filhos da Fronteira

Quebra Pescoço

Os Filhos da Fronteira


Alô, Moçada, estou chegando o que que há
Não adianta arrepiar e nem olhar atravessado
Quando alguém me olha de cara feia
Meu sangue ferve na veia e eu fico descontrolado

Eu sou Goiano, Sou caboclo impertinente
Sou pior do que a serpente e não ligo pro assar
O meu destino é só viver viajando
Em toda parte, procurando valentão pra disputar

Saí de casa, andando sem paradeiro
Encontrei no chão Mineiro um cabra querendo brigar
Chamei de mato, fui logo dizendo assim
Aqui não vai nascer capim, que nós dois vamos em rolar

Peguei o cabra, logo dei nele uma coça
E deixei ele na roça, na beirada de uma grota
Ele jemia naquele exato momento
E eu fui ver os documentos, era o parada torta

(Ó, quando eu chego numa festança)
(Eu vou até o dia amanhecer, moçada)

Um dia, desses, encontrei com dois valentes
E a parada foi bem quente lá na beira de um grotão
Cada rasteira que eu dava, eles caíam
E de dor até jemia e rolava pelo chão

Em um segundo de cara beira rasteira
Ponta-pé e capoeira, também alguns telequete
Pelo jeito que era a estatura
Era o parada dura junto com o quebra topete

(Ó, moçada, esse caboclo é apaixonado)

Depois de um mês, ao chegar no povoado
Encontrei um baile animado na casa de um valentão
Eu fui chegando e, de cara, fui dançar
Eles começaram a manjar, não achando aquilo bom

Parei a dança, fui logo dando rasteira
Joguei todos na poeira e fui olhar a misturada
Eu sou Goiano, me chamo, quebra pescoço
Brigo sem fazer esforço, de cara, até infernada