Mineirinho comedor Tinha parte com o capeta Só usava seda e linho E botinha carrapeta Nos bares que frequentava Gastava e dava gorjeta A mulherada rodeava Mineirinho galanteava E punha o taco na gaveta Mineirinho comedor Tinha um coração de ouro Defendia a parte fraca E não gostava de choro Se algum marido valente Maltratasse seu tesouro Ele entrava no meio E o trem ficava feio Marido entrava no couro Certo dia numa festa Onde só tinha graúdo Deu de cara com um grã-fino Orgulhoso e linguarudo Disse que naquela festa Não entrava botinudo Sem precisar de porrete Filezinho do banquete Mineirinho comeu tudo Até hoje o povo conta A manha do aventureiro Eta mineiro safado Chegou e comeu calado Como manda o bom mineiro