O juazeiro sem juá na serra vivi Mostrando a seca que avassala o meu sertão A braquiária engana o gado magro O sertanejo faz da palma o seu pão Com os pés cansados pisa então a terra quente Com a esperança de um dia água brotar Sobe a poeira lhe avisando dias tristes Bravo o homem não desiste Segue em frente pra lutar E o fecho de lenha pesa forte em um dos ombros No outro embornalo umas pedras carregar Pra garantir o sustento da família No ar teu olho brilha vendo o voo do sabiá Que pousa no galho e ele tira a baladeira Tua mira é certeira mas tem algo a em comodar Com arma apontada eis que desse a tremedeira Lhe ressalta com gagueira sabiá pode voar Voltou pra casa sem o alimento das crianças E no peito a esperança que está livre o sabiá Ficou com fome também ficou sua família Mas no céu Deus lhe sorria pronto pra o abençoar