Miguelão é um vivente, que mora lá no rincão Mais assanhado que cusco, em dia de carniação Vive sempre entreverado, nos fandangos de galpão Quando ele chega na festa, o povo se manifesta Vem chegando o Miguelão Tapeia o chapéu na testa, e se aproxima pra sala Pede logo pro gaiteiro, um vaneirão de rasgar o pala Corre o olho pra chinoca, Sai firme na marcação E a turma fica chuleando, e ao mesmo tempo gritando Vem chegando o Miguelão Uma vez numa carreira, na cancha do seu tomé Miguelão jogou uns trocos, no petiço pangaré Contando a carreira ganha, ficou cheio de razão E um parceiro não gostou, já de vereda gritou Abre o olho Miguelão Uma vez me lembro bem, era noite de São João Para acender a fogueira, convidaram o Miguelão A festa corria solta, Com muita dança e quentão Mas no fim da brincadeira, acabou com uma pauleira Por causa do Miguelão