A rua está vazia Os becos estão escuros O café está quente Mas o balcão está sujo E a música não serve pra dançar Está chovendo muito Mas não está tão forte Está chovendo fino Como se a natureza chorasse Uma grande perda cometida por pequenos erros A cada passo uma igreja A cada olhada uma jogatina Ambas estão sempre ocupadas Por viciados derrotados Tão ingênuos e tapados que se tornam ignorantes E não adianta ir pra casa ver TV e sonhar Ver um montão de propagandas Que não ensinam nada Pois não pense que o domingão é informação Quero que a noite acabe Estou cansado do escuro Quero que a chuva pare Estou cansado e molhado Não quero as propagandas que nunca vou consumir Não quero que me impeçam de exigir gritar Não quero as mentiras que se tornam verdades Não quero fechar os olhos Pra o que não querem mostrar