A lida de campo nos castiga agora Sem nem mesmo a aurora se apresentar Selado o cavalo, plena madrugada Tocando a boiada eu vou pela estrada É meu jeito de tropear O peão campeiro chega atrasado No instante que o gado quer se alvorotar Vai pela direita, grita o capataz E quem vem atrás não "fróxa" jamais Pra tropa não estourar E quem nasceu pra ser tropeiro Bate casco o dia inteiro, peleando com a solidão Cavalo e boi, bamo, parceiro Firmo o passo, companheiro, rédeas junto ao coração Por ser assim que bem vivo, preservo minha alegria Contemplo meu dia-a-dia e não me queixo jamais E o futuro, o futuro Deus é quem faz Eu sigo minha jornada, cuidando minha boiada Engarupado na paz Vem o fim da tarde e arremata o dia Uma prosa, um mate, um causo pra contar Desencilho o pingo, curtido de espora E quem sabe agora, madrugada afora Eu volte a descansar