Uma cordeona que traz cheiro de galpão Um coração que se liberte em confracanto Trazendo anseios desta origem missioneira Duma vaneira que dá asas pró meu canto Um atavismo matizado de arrebol Um pôr-de-sol que de muito nos encanta Vai colorindo as aguas turvas do Uruguai Num sapucay lavando a alma de quem canta Essa vaneira nasceu campeira Foi batizada lá nas missões Guardando ecos de telunsmo Da voz dos sinos das reduções É missioneira minha vaneira De chão batido, cinza e cupim Nasci gaúcho de alma guerreira E os sete povos cantam em mim Este meu canto é bem gaúcho, é missioneiro E o pago inteiro se encontra num sarandeio Onde minh'alma de gaiteiro se extravasa Pedindo vaza para um verso e um floreio Por isso, amigo, tenho orgulho em ser gaiteiro Além-fronteira |á escutam o meu canto Sempre louvando as origens, missioneira Alma gaiteira da terra dos sete santos Essa vaneira nasceu campeira...