Velha tapera caída, rancho de beira de estrada Por fora toda ruída, por dentro não tem mais nada Lá morava sinha maria, a prenda mais bonita da freguesia Depois que ela foi embora, lá tudo entristeceu O que era novo ficou velho, e o que era velho apodreceu Abre-te gaita e soluça, só quero escutar teu cantar Quero que contes aos pagos, as mágoas do meu penar E a gaita se abrindo, chorava a voz do teclado Enquanto o meu peito marcava, compassos apaixonados Velha tapera caída, nos campos de minha saudade Rancho que foi minha vida, hoje é infelicidade Na noite imensa deserta na solidão dos caminhos Ninguém ouvia as queixas, que eu soluçava sozinho Somente a lua no céu, escutava minhas penas A saudade que a gaita, soluça pela morena