Desculpe se não lhe agrada minha estampa de índio vago Eu trago dentro do peito toda a glória do meu pago - Sou quero-quero monarca, defensor desta querência, Eu tenho o cheiro da terra perfumando minha existência! Desculpe deste meu jeito meio quieto desconfiado Não sou de pegar com a mão, pra chegar eu tenho lado Não brinco com marimbondo, nem pactuo com carancho, Não danço em baile de cobra, não abro porta de rancho! Desculpe de minha tenência de gaúcho cantador Eu só canto nos meus versos o que é nosso e tem valor Não me troco pro promessa, nem bajulo figurão, Eu venho de sangue farrapo forjado na tradição. Desculpem de minha fama, o que dizem por ai Eu sou do jeito que sou, me criei como nasci - Eu sou a sombra do pago em qualquer lugar que ande Eu sou a força da raça, crioula do meu rio grande.