Subúrbios, subúrbios Das moças prendadas Que fazem bordados E querem casar Dos cães vira-lata Que latem à Lua Enquanto as galinhas Se deixam roubar Das ruas barrentas Tão simples e humildes Que até nem os nomes Se vê nos jornais E sobem ladeiras De noite, sozinhas De cem e cem metros Um bico de gaz Subúrbios do tempo Do chá com torradas Sofás de palhinha Xadrez e gamão Subúrbios teimosos Dos trens atrasados Subúrbios pacatos Do meu coração! Meu Deus se eu pudesse Ir dar um passeio Com as vossas morenas Cavar um namoro E vê-las, aos pares Domingo, nas praças Sorrindo pra gente Com um dente de ouro! Ser noivo no Meyer Ouvindo uma valsa O sonho de valsa Mimoso, subtil Ser meio mulato Mulato e foguista Da Estrada de Ferro Central do Brasil