Ô! Daí, Nanita segue firme decidida Pelo que disse a sua carta no tarô De salto alto, põe batom, se empiriquita E vai à luta procurar seu grande amor Ô! Quando ela passa, a rua inteira se agita Com cada um se imaginando o sedutor Empurra, puxa, faz sinal, buzina e grita Sou eu, sou eu, sou eu, sou eu, sou eu, eu sou! Ô! Ouve o que oferta cada um Sabe que tudo é lugar-comum Versos requentados de Quintana Promessas e amor eterno pra durar uma semana Ô! Jantar a luz de velas com champanhe Luau com lua cheia a beira mar Casar num cassino em Las Vegas Pois bregas sempre sabem exagerar Ô Em uns Nanita até finge que acredita Pra outros faz ouvidos de mercador Há muitos nobres que estão pobres por desdita E não são poucos os que a família deserdou Ô Um diz, se ela quiser que me acompanhe! Outro será escravo a seus pés Fiéis serão, juram de pés juntos Nanita troca de assunto Quer saber o coletivo pra Manés Ô! Quando Nanita quase está desiludida Achando até que o Arcano se enganou Algo de novo acontece em sua vida Tão forte é o susto que Nanita até gritou Ô! Do nada, surge um audaz navegador Nãos mãos traz colar de algas e corais Com voz de quem sabe amansar ventos Convida e sem ganhar consentimento Traz a moça até o cais Ô! Daí pra frente, a história de Nanita Vira uma lenda que o tempo consagrou Mas é possível que a história se repita É bem possível se encontrar um grande amor