Vozes veladas, veludosas vozes Volúpias dos violões, vozes veladas Vagam nos velhos vórtices Velozes dos ventos Vivas, vãs, vulcanizadas Que desça a escuridão Sobre as nossas cabeças E nos envolva com a sutileza De uma mulher que seduz Que o fim chegue E que seja eterno Precisamos da luta Para nos mantermos vivos Os caminhos são torpes As luzes estão apagadas As noites perderam O silêncio que as envolvia Já não temos fascínio Já não temos paredes Onde lamentar As vontades se foram Os problemas cresceram E nos engoliram Já não temos fascínio Já não temos amigos Com quem lamentar Os desejos se foram Os fantasmas cresceram E nos engoliram Nos engoliram Nos engoliram Com apetite voraz Voraz Os pensamentos Ficam mais confusos Nossa conduta Cada vez mais plástica Um lado sempre Permanece oculto Mesmo que o outro Apareça tão claro Já não temos fascínio Já não temos paredes Onde lamentar As vontades se foram Os problemas cresceram E nos engoliram Já não temos fascínio Já não temos amigos Com quem lamentar As vontades se foram Os fantasmas cresceram E nos engoliram Nos engoliram Nos engoliram Com apetite voraz Voraz, voraz