Orestes Barbosa

Araruta

Orestes Barbosa


Tu pedes,  mandando
Faça o favor
A tua boca nunca diz

Tu cedes,  negando 
Com estes olhos
Que pra mim são dois fuzis

Sou mole,  manhoso
Teus impropérios 
Retribuo com brandura

Pois água mole 
Na pedra dura 
Tanto bate até que fura

Tu beijas, mentindo
A tua boca 
Beija e mente sem sentir

Desejas, sorrindo 
Que o teu perdão
Humildemente eu va pedir

Não peco, espero
Ainda  a ver-te
Entre lágrimas bem mal

Meu bem, escuta
A araruta 
Tem seu dia de mingau