Eram três homens armados Um pitbull e o refém no anzol A viatura que bate, o carro que roda Na curva fechada nem vi o farol! O descaso é um acaso lírico A poesia é meu saber empírico Meu poder cínico, mundo sádico A maldade é uma senhora cínica Um torpedo sônico, doença cívica Irmão de infância drogado na clínica Poeta crônico, nem chega perto Pra mim o que é certo é certo E de certo conheço a maldade E o que separa o anjo e o demônio Chamo de oportunidade Sistema que cria e destrói, que faz do vilão um herói Celebridade na tv Liberdade jaz, aqui é matar ou morrer Demônios no cais, o prêmio da guerra é a paz! O mundo é nosso, pensa nisso, a vida é taça, eu me despeço O sonho eu posso, a vida passa, o sonho eu peço Teu corpo é carne, e o quanto o resto? Tua mente mente, eu sequestro A chuva despenca lá fora e agora cade minha paz? Se a cada passo pra frente, me empurram dez pra atrás? O rap é o yin no yang O fogo do tanque O país do futuro, passado de sangue E quem é julgado é o moleque que expressa no muro A dor de nascer no entulho Irmão abortado, pai abordado de julho a julho Hoje não vou escrever pra ninguém! É sequestro mental, eu to com refém sem direito a resgate O resgate é verbal sem malote com nota de cem! O mano morre, humano mata, E a dama vestida de prata! Demônios no cais, o prêmio da guerra é a paz! Demônios no cais, o prêmio da guerra é a paz! Demônios no cais, o prêmio da guerra é a paz! A sós, a rua esvazia Após o dia que passa, o passo da anjo na praça A voz na mente vazia Passado é dívida, futuro é dúvida E quem deve sempre esquece A fumaça sobe, Deus nunca desce O governo desvia, o governo desmente A gente celebra com carnaval Governo que rouba, governo que mente E a mente do povo na voz do jornal Mídia rotula, a rua é postura Se votar, leia a bula Meu candidato é o nulo, anula O imposto é dobrado pro sitio do lula! Povo que luta e a pm na frente Filho da puta, da pátria indigente Fode vertigem, overdose de prédio Vozes que dizem, o veneno é o remédio, enquanto A vida bate na porta, é o crime ou o rap A vida não deixa a saída, revida com rap Larga o boom bap! Cuspindo punch line, desde as roda de freestyle Desde os treze da escola pra casa To na batalha, e busco muito mais que a medalha! É dinheiro pra copa, miséria em hospital Fé, em quem ta comigo até o final Quem é real não tem dois real Quem não é, planalto central! Qual cabral fodeu mais o brasil? O que foi eleito, o que descobriu? Qual seu lado, qual seu partido? Direita, esquerda, pra cima pra baixo Pra todo lado tem bandido! Quem veio antes do nada? Quem vale a prece e o suspiro A chuva que cai de madrugada?