Quando pensas delirar E percebes-te são... Quando pensas-te só, Num manicômio repleto, Anda em voltas e Retrai tuas vísceras De tantos dopantes Pra parar de pensar. Rasga teu olho, Sela tua boca, Entorpece teus ouvidos, Pra não se ferir Pra não se ferir Quando o zumbido penetrar, violentando tuas têmporas E o êxtase da dor plena Amortecer tua visão E assim, dominado, pereceres As mentiras dos convictos Guardando a insanidade dos cidadãos A ameaça dos espontâneos E suas verdades solitárias Por que não sabem mentir Por que não sabem mentir Quanto teu corpo ceder Aos jatos de lágrimas Ásperas, gélidas, doídas, O cheiro do sangue pincela O gosto da água ardida Que invade teus pulmões E afoga teu só você De tanto, tanto chorar. Ajoelha e implora A quem te amola Que permita o suicídio E não mais te ferir E não mais te ferir