Abra os olhos e escute o tiro Segure o cano, mas não revide Eles querem você morto não importa seu calibre Eles querem sua morte, sua cabeça Vão te mata não importa onde você esteja Sua quebrada vira lixo chutam sua porta Enchem sua goma de tiro Nem que eu teja na 2, irmão, com minha mulher eles me pegam Me acusam de roubar o carro-forte, me cercam Me espancam na delegacia filhos do capeta Espalham minha moral na quebrada como cagueta Mando um salve pro Morro Ai, Sandrinho, nosso sangue corre junto, é tipo A Mano gueto da favela ninguém vai separar A PT na mão do preto da Cohab Ai, ladrão, esqueça o ouro, esqueça o quilate Vida de crime não compensa Só dá túmulo, flores, no caixão vela acesa Eles soltam a isca pra pescar Jogam o crack na quebrada pra ver os mano se matar Veja o boy de Picape com suas piranhas Noutro lado, um tiozinho com fome, uma garrafa de canha O lucro tá em quem estuda, se forma Não tem policia nem fome batendo em sua porta Não vai ter sua panela cozinhando nada Nem tirar da burguesa a corrente na faca PT aniquilada não dá solução Os porcos batem palmas para o seu caixão Querem nosso sangue escorrendo na agência bancária Com a mão na grade quadriculada No xis de uma delegacia comendo sopa Dormindo no chão gelado, quebrado, sem roupa Eles me querem de 12 na fita do toca-fitas sustentando meu vicio Comemoram com champanhe meu homicídio No hotel de luxo o boy gasta seu dinheiro Enquanto você come nada, você come vento Eu sei que dá raiva, mas não meta a 9 nessa raça Agem como máfia legalizada A 380 no filho da vadia Não garante um ano de cesta básica pra família Só resulta em morte Esquece a trilha a caminho do cofre Esquece eles não querem te regenerar Aqui matar ladrão dá condecoração Não caia nesse jogo de caça Bote a cruz no pescoço aposente a quadrada No final é só você que se fode Mendigando dinheiro, sendo humilhado no centro na Praça Esporte Com rótulo na testa a custa de quem? Como se fosse a peça fundamental de um Xadrez Depois de tá na última do vício Vão te botar prestar curso pra mendigo Eu vô traça meu caminho longe do crime Engatilhar raciocínio pra quebra a vitrine Vitrine do sucesso, Opacos MC's, Mano Gueto Não quero ver seu ódio numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu sangue numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu ódio numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu sangue numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Mão na cabeça algema coronhada soco Ajoelha senta enxerto no bolso Se é pobre, não tem holerite residência Não adianta recorrer, é grampo na cadeia É a hora que sua fé vai ganhar respeito Oração na mente, Deus no pensamento Patuá no pescoço imagem do Santo Proteção espirita nos 4 cantos Alivia a dor de quem já sofre Quem raciocina 1 segundo antes de abrir o cofre Detento sua vida e sua liberdade Vale mais do que ouro de qualquer quilate Não vai querer seu filho mendigando esmola Coca-cola com mijo, hot-dog do lixo Ou sua filha se prostituindo Cinquenta, dez pra sustenta o vício Antes de invadir a mansão feche os olhos por 1 minuto Imagine sua morte imagine seu tumulo Lembre do ódio, seu sangue na faca Que o sistema que lucra é o mesmo que mata De que adianta Iate, muito dólar no saco No final preto e branco é tudo prum buraco A justiça no Brasil fode o detento Fora do crime mesmo assim eles te caçam te marcam Não faça parte do rebanho sangrento Onde a ovelha branca quer sua bunda no cimento No crime sempre o lucro vem primeiro Depois são lágrimas de fome de arrependimento Com sua raça fedida, eles invadem sem pedir licença Reviram seu barraco até encontrar pistas Que vão levar ao seu corpo já no buraco Ou coberto por jornal no mato A sigla IML registra a perícia A favela não muda mais um por cocaína Que merda o governo vai me dar como indigente Não querem trabalho enterra ai mesmo diz o assistente Eu sei que eu não cresci no jardim do castelo Nunca usei sapato gravata e nem terno Pra ser representado por um advogado Por isso tô com Deus meu Santo e não abro Jesus não me pede RG, identidade Sabe quem eu sou, não preciso de renda nem de faculdade E ser reconhecido pela minha bondade Longe do crime e da desigualdade Incentivando o ladrão pra um caminho certo Longe da mira da morte distante do inferno Desfaça a quadrilha diminua sua sentença Opacos MC's, O Crime não Compensa Não quero ver seu ódio numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu sangue numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu ódio numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Não quero ver seu sangue numa faca De fuga do crime aposente a quadrada Aí, ladrão, ô favelado, não deixe nosso sangue escorrer pelo ralo, mano Tamo se matando por ponto de droga Tamo se matando pela joia da vadia Enquanto isso acontece, o sistema bate palmas e dá risada Porque é ele que se alimenta do nosso sangue, morou? Eles querem ver o detento se matar Envelhecer no xis de uma delegacia Comendo os restos de alimento deixado no lixo da burguesia Aí, vamo acreditar mais em Deus, morou? Acreditar em nossos santos E nunca esquecer que 'Quem tem Guia é Guia seu' E que só depende de nós pra acabar com essa guerra, morou, mano? É isso ai Mano Gueto, Mano Rima e Mano Periférico Opacos MC's, 2007, Guerra na Favela, O Crime não Compensa