Onagra Claudique

Papo Lampinho

Onagra Claudique


Cara nunca é cedo pra entender
E este tombo que acaba de levar
Nem se pode comparar com a dor
De outros que vêm e não vão passar

E te ver chorar me faz sorrir
Por saber que são por coisas triviais
O meu pranto não tem esse tom
Não estanca em paz

Aproveite para desfrutar
Das palavras que não tem sentido algum
São um bando de ingratas sem explicação
São mestras em nos derrubar

Saia deste quarto em vem correndo aqui
Me dê um abraço sem rancor
Que o meu consolo é ver em ti
O exato oposto do que eu sou

Sei que ainda não pode distinguir
O joio do trigo, o bom e o ruim
Eu com a minha idade devo confessar:
Estas questões estão no ar
Parece um milagre vislumbrar
Vê-lo conduzir seu ouro de papel
Fintas de inocência, claras intenções
Em me iludir

De todos os males o menor,
Dentro desta crise não há tragédia em si
Afinal de contas tuas peripécias
Sempre tem final feliz

Farpas ocultadas na palma da mão
Revelam um tempo a nascer
Se a gente foge à convenção
É pra não ter de se esconder.