Olivia Ruiz

De Toi A Moi

Olivia Ruiz


De ta pudeur à moi 
il y a quatre boutons de bois 
Qui cachent ton corps à toi 
Ta chemise de soie 
Glissants à tes talons 
Deux petits ronds bien droits 
S'étonnent d'avoir froid 

Tu es nu devant moi 
Comme le serait une fille 
Et la pudeur te va 
Quand je te déshabille 
Tu es beau devant moi 
Quand à tes lèvres brillent 
Un peu de ton émoi 
Que ta langue éparpille 

Enroulée, caressant 
De ton corps les contours 
Mes doigts vont, s'empressant 
En retracer le tour 
Effleurer les limites 
Enveloppe que l'âme excite 

Ton joli coeur s'agite 
Dans ce corps qui palpite 
Tu es ce beau dessin 
Que je trace sans fin 
Respectant et le grain 
Et les creux et les pleins 
A la petit écuelle 
Je pose enfin ma bouche 
Mes narines se couchent 
Aux formes de ton aisselle 

De ta pudeur à moi 
il y a quatre boutons de bois 
Qui cachent ton corps à toi 
Ta chemise de soie 
Glissants à tes talons 
Deux petits ronds bien droits 
S'étonnent d'avoir froid 

Je rends grâce à ces gens 
Qui te donnèrent la vie 
Et m'offrirent le moment 
de te voir nu ici 
de t'avoir nu ici 
Contre moi à l'instant 
Pour ma plus belle envie 
Ce corps maintenant brûlant 
Et tu ne bouges 
Et je ne bouge plus 
Ton visage de profil 
Et le cou long tendu 

Mes lèvres sur tes cils 
Et les tiennes fendues 
Et je ne bouge pas 
Et tu ne bouges plus 

Si ta pudeur à froid 
Quatre petits boutons 
Quatre boutons de bois 
Refermeront tout ça 
Une chemise de soie 
Couvrant ton corps à toi 
Deux petits boutons droits 
Tairont tes jeux à toi

De seu pudor até mim
Há quatro botões de madeira
Que escondem o corpo teu
Sua camisa de seda
Escorregadios até seus calcanhares
Dois pequenos círculos bem certinhos
Se admiram de ter frio

Você está nu na minha frente
Como estaria uma moça
E o pudor te cai bem
Quando tiro sua roupa
Você está lindo na minha frente
Quando brilham nos seus lábios
Um pouco de sua agitação
Que sua língua esparrama

Enrolada, acarinhando
De seu corpo os contornos
Meus dedos vão se apressando
Em retraçar a volta
Tocar os limites
Capa que a alma excita

Seu bonito coração se agita
Nesse corpo que palpita
Você é esse lindo desenho
Que eu traço sem fim
Respeitando as pintas
E os vazios e os cheios
Na tigelinha
Eu ponho enfim minha boca
Minhas narinas se deitam
Às formas de tua axila

De seu pudor até mim
Há quatro botões de madeira
Que escondem o corpo teu
Sua camisa de seda
Escorregadios até seus calcanhares
Dois pequenos círculos bem certinhos
Se admiram de ter frio

Eu dou graças a essas pessoas
Que te deram a vida
E me ofereceram o momento
De te ver nu aqui
De te ter nu aqui
Contra mim nesse instante
Para minha mais bela vontade
Esse corpo agora ardente
E você não se mexe
E eu não me mexo mais
Teu rosto de perfil
E o pescoço longo estendido

Meus lábios sobre teus cílios
E os seus entreabertos
E eu não me mexo
E você não se mexe mais

Se seu pudor tem frio
Quatro pequenos botões
Quatro botões de madeira
Recobrirão tudo isso
Uma camisa de seda
Cobrindo o corpo teu
Dois pequenos botões certinhos
Calarão os jogos teus