Ah, é preciso deixar a vazante do olhar Inundar, carregar Todo bem que se torturou, Mas é impossível esquecer Quando o quarto é prisão E concedem perdão, Sem nem ter o que perdoar Ah, era coisa de sufocar... Lar, Quantas fugas no lar Quanta gente no mar, Clandestina aportar, Tanta alma se desterrou, Mar era coisa de se afogar Réu, Nunca vi tanto réu proclamado infiel Pelo crime de alvorecer, Quando o imposto era anoitecer Nas manhãs do saber Bar, Quantos filhos no bar Quantas mães a chorar, Enterrar, suicidar Tanta gente não suportou Ah, era um eco geral no ar Paz não se faz fabricar do sabor do vingar, Nasce plena de amor na razão de quem liderar, Paz é uma coisa que a alma traz Deus, é preciso gritar, Redimir, alertar Cada ventre que conceber: Preferível saber morrer Quer viver, por viver. Ah, Pelo crime de alvorecer, Quando o imposto era anoitecer As manhãs do saber Ah, cada ventre que conceber: Preferível saber morrer Quer viver por viver.