Da minha sacada eu percebo o dia chegar O sol vai roubando o tom negro que existe no ar Como um amante incessante ele vai abraçando o horizonte Meu mundo meu pranto e meu canto Clareando as feridas que a noite encobriu Dói bem mais na manhã Da minha sacada eu percebo os restos de luz Os carros boêmios e loucos que a noite seduz A luz das estrelas parada E os boêmios andando buscando Quem sabe na luz da cidade Um motivo mais forte pra seguir andando Ilusão solidão No fundo a paisagem me mostra Uma luz colorida que acende e apaga Insistente como a minha vida Que quando se acende me doa momentos felizes Se apaga me deixa só as cicatrizes De coisas amargas que me reservou São feridas de uma vida