Última flor do lácio, inculta e bela És, a um tempo, esplendor e sepultura Ouro nativo, que na ganga impura A bruta mina entre os cascalhos vela Amo-te assim, desconhecida e obscura Tuba de alto clangor, lira singela Que tens o tom e o silvo da procela E o arrolo da saudade e da ternura Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceano largo Amo-te, ó rude e doloroso idioma Em que da voz materna ouvi: Meu filho E em que Camões chorou, no exílio amargo O gênio sem ventura e o amor sem brilho