Glória jovem do Sol no berço de ouro em chamas Alva! Natal da luz, primavera do dia Não te amo! Nem a ti, canícula bravia Que a ti mesma te estruis no fogo que derramas! Amo-te, hora hesitante em que se preludia O adágio vesperal, - tumba que te recamas De luto e de esplendor, de crepes e auriflamas Moribunda que ris sobre a própria agonia! Amo-te, ó tarde triste, ó tarde augusta, que, entre Os primeiros clarões das estrelas, no ventre Sob os véus do mistério e da sombra orvalhada Trazes a palpitar, como um fruto do outono A noite, alma nutriz da volúpia e do sono Perpetuação da vida e iniciação do nada