Meu pai me disse: vai cabra da peste, Vai tentar a sorte muito longe do agreste Tem seca no nordeste, simbora filho Segue sua sina mas não deixa nada te tomar o brilho Olhei meu pai, me despedi, beijei mamãe, bênção pedi Era hora de partir, subi no caminhão segui; Ahhh... Nem tive tempo de chorar Eu tinha que ter muita garra Visualizei o que eu sonhei pra mim; Eu tive um sonho, uma terra distante Com paredes que eu construía No meu sonho era assim que eu via Eu tive um sonho, uma terra distante Era hora de tentar meu trabalho começar Não podia mais parar; Maravilhado eu fiquei Logo que aqui desembarquei Agradeci, me ajoelhei Glória Padim Ciço rei Me apresentei pra trabalhar Direto na carga pesada Subi bondes, edifícios Minha mão já calejava; Ohh... Conheci minha "filó" Numa festa no forró Me casei e construi o meu "mongó"; Eu tive um sonho, uma terra distante Com paredes que eu construía No meu sonho era assim que eu via Eu tive um sonho, uma terra distante Era hora de tentar meu trabalho começar Não podia mais parar; Tive cinco filhos Cláudio, severina Pedro, Marinalva e também Quirina Criei minhas crias Com total autonomia Dei o pão de cada dia Graças a força divina Na construção civil Me aposentei depois de anos Felizmente como DEUS me permitiu Vou poder dizer pros meus netinhos Que este gigante cinza foi vovô quem construiu Agradeço a oportunidade Que esta cidade concedeu Concretizei o que eu sonhei pra mim; Eu tive um sonho, uma terra distante Com paredes que eu construía No meu sonho era assim que eu via Eu tive um sonho, uma terra distante Era hora de tentar meu trabalho começar Não podia mais parar.