Ode Insone

Do Silêncio à Poesia

Ode Insone


Sou da noite a triste lágrima
O falso sorriso já não esconde as minhas mágoas

Perdido em acordes da tua canção póstuma
Domado pelo frenesi de uma mente já cansada
Velo o teu corpo, mergulhado pelo desgosto
O que seria a morte? A queda ou um voo?

Lágrimas escorrem, minha melancolia
Canto junto a chuva, do silêncio à poesia
Versos não devolvem, o amor que eu vivia
Sangro sob um papel manchado, do silêncio à poesia

Visto o meu abismo, a beira do precipício
Não encontro as flores, eu sou feita de espinhos

Mato a mim mesmo, me despedindo da tua beleza
Quisera eu ter te alcançado antes, te salvado desta frieza
A chuva chegou a tempo, ouço tua voz em pensamentos
Ante teu corpo imóvel, soluço ao mármore lacrado

Lágrimas escorrem, minha melancolia
Canto junto a chuva, do silêncio à poesia
Versos não devolvem, o amor que eu vivia
Sangro sob um papel manchado, do silêncio à poesia

O teu corpo desce, corre fortes ventos
E o ensurdecedor grito do silêncio

Por um breve momento sinto o relógio parar
Ouço choros ao redor e eu já me sinto tão só

Agora só te resta continuar, fingindo sobreviver
Sem me esperar