Odair José

Quarto De Mansão

Odair José


Pelo vitro dentro de um quarto em minha frente 
Vejo um vulto diferente mal posso compreender 
Me aproximo de tanta curiosidade 
Por que o vulto na verdade chega me surpreender
E por de trás de uma cortina transparente  
Sob luz fosforescente vejo um corpo de mulher 
Que aparenta 20 anos mais ou menos pelo 
pelo que estou sabendo meu carinho ela não quer

E eu me perco diante de tanta beleza  
Presente da natureza ela merece também
quando se veste roupa intima elegante 
o seu jeito provocante não parece com ninguém  
Se retrocede num instante tão segura
Num sorriso de ternura deixa no vaso uma flor  
Ela se curva sobre a cama lentamente
E despercebidamente ela faz cenas de amor

No desespero de uma vida tão vazia 
curte um som sem alegria 
em seu quarto de mansão 
quando se perde entre um som de toca fitas  
Eu a vejo mais bonita do meu quarto de pensão

Ela contempla o seu corpo calmamente 
com um gesto diferente banha o rosto abrasador
eu delirando no vitro quase fechado  
No calor desesperado quase morrendo de amor  
Discretamente sai do quarto e fecha a porta
logo depois ela volta do banho pra se enxugar 
Ela se esconde na toalha umedecida 
sob uma luz colorida que esta pra se apagar

Nesta penumbra devagar vai se deitando 
suas mãos vão deslizando para o sono começar 
A luz se apaga tudo acaba eu fico triste
em saber que nada existe entre nós eu vou chorar