Como ousa me acordar Sou quem sai do coma agora implora pra voltar Outra noite escura afora, novas covas pra cavar Não há mais nada pra fazer além de ver minha hora chegar Universo inteiro meu desejo no momento é que exploda Verdadeiro inferno enxergo mesmo dentro dessa porra Se revela irrelevante Se revela irrelevante tudo, todos, todo instante No constante desprazer de ser Lentamente você sente desaparecer Entre na minha mente e tente não querer morrer também Desvira a ampulheta, sarjeta não rejeita ninguém Em mim o que impera nessa merda é só repulsa Poda veia, artéria aberta na caverna mais reclusa Corta a sua carne crua, sangue suja, a chuva cai lá fora Morte súbita noturna, a minha pergunta agora Sabe quem te encontra em meio à sombra? Te persegue e nem consegue se dar conta Na gadanha apanha até calar a boca, trouxa Paga uma campanha na esperança que alguém ouça De passagem pela terra, nessa náusea eterna Arcada amarela e ela nunca se revela Exceto quando se flagela Ou quando tá pingando vela pela aréola Da donzela que tu preza mais que tudo Máximo absurdo, bem por isso continuo Sendo apático pro mundo, ser mendigo é meu futuro Sou meio esquizo, você sabe disso E quer se parecer comigo mesmo assim Afim de dígitos na tela, nada disso me interessa Reza pra essa terra terminar, doze no maxilar Comer vidro e vomitar Estar vivo sinto tipo comer vidro e vomitar Comer vidro e vomitar