Sem horas e sem dores Respeitável público pagão Bem-vindos ao Teatro Mágico Parto-me Parto-me A poesia prevalece A poesia prevalece O primeiro senso é a fuga Bom, na verdade é o medo Daí então, a fuga Evoca-se na sombra uma inquietude Uma alteridade disfarçada Inquilina de todos os nossos riscos A juventude plena e sem planos se esvai O parto ocorre Parto-me. Parto-me. Parto-me. Parto-me Aborto certas convicções Abordo demônios e manias Flagelo-me Exponho cicatrizes E acordo os meus, com muito mais cuidado Muito mais atenção! E a tensão que parecia nunca não passar O ser vil que passou para servir Pra discernir, harmonizar o tom Movimento. Som Toda terra que devo doar Todo voto que devo parir Não dever ao devir Nunca deixar de ouvir Com outros olhos! Com outros olhos! Com outros olhos!