Ouviram do Ipiranga as margens ácidas De um povo heróico o brado irritante E a vulgaridade dos estúpidos Poluiu a mente do ignorante Que terror! Que sacanagem! Conseguiram acabar com a nossa arte! Em teu seio, Susana Vieira Vimos refletir nossa vergonha alheia Ó pátria amada, a putaiada tá virada! Brasil de futebol, bunda, cerveja Da música ruim que a mídia investe! Brasil de lê lê lê, bunda, cerveja Do carnaval que a bunda prevalece Gigante a da mulher melancia! Tem miss bumbum mas não tem poesia Cultura tá virando putaria! Assim você me mata! Das dívidas deste bolso És mãe gentil Passa fome, Brasil! Brasil, analfabeto, pobre e rígido Na corrupção que sempre prevalece Político falando sempre bonito Quando chega a eleição, até parece! Corrupto pela própria natureza És rico, és chulo, impávido colosso Nosso futuro é a pobreza Fome danada! Salário parco, que nunca dá pra nada É o novo lema dessa mãe gentil! Que vergonha Brasil! Político não sabe o que é leitura Mas sabe ver besteira onde não deve Pediu o povo louco a picanha Da fome ninguém lembra, até parece Fofocou, com muita vontade Gastou um dinheirão com carro esporte Comprou arma, que sacanagem! Enquanto isso, muita gente morre Povo comprado, analfabeto, salve-se, salve-se! Deitado eternamente no dinheiro Ao som de funk e à luz do alto fundo Fulguras, ó Brasil, povão capenga! Iluminado ao sol do banco imundo Mas se ergues da justiça a clava forte E o teu governo endireitasse a luta Por teus direitos até a nossa morte Grana adorada! 13°, aposentadoria amada! Trabalhando como um condenado, viu? Esse é o Brasil!