O homem com Deus na boca justifica seus objetivos mundanos Através de sua força, ele molda e modifica seus caminhos Família, fortuna, fé e dinheiro, infinitos são os destinos As crianças ainda brincam nas ruas irmão Ainda é tempo, eu acredito Glória a Deus nas alturas! Em dias tão normais, dias tão iguais E do bloco de apartamentos eu posso ver Outras janelas empilhadas, vidas esgotadas A cicatriz emana vida bem no meio da cidade Entre o barulho dos carros e um remédio pra tosse Uns precisando de fé, uns precisando de sorte As sombras dançam no escuro contra o farol que vem de um busão lotado Contendo vidas tão vazias E do alto das esquinas, todas as formas de vida irão ver Nos olhares dos bares, tantos se encontram e não se veem Mas, tenho que me comportar e apertar minha gravata Um homem infeliz vivendo na cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza Por causa da lei do atrito, se encostam e se incendeiam Consumo a minha sanidade, o ódio corre pela veia Culpa da minha mente em constante ebulição O amanhecer de um novo dia Dona quem diria? Que depois de tanto caos e ódio A paz reinaria assim sobre as ruas, sobre as ruas Sobre as ruas da cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza Em dias tão normais, dias tão iguais E do bloco de apartamento eu posso ver A molecada na calçada, a vida engatilhada Em meio a tanto tons de cinza a aquarela perdeu a cor Então me diz, por favor, a onde é que mora a sorte E descansando o revolver o menino aprendeu o caminho e foi indo Na trilha, entre o concreto sempre persistindo Até pode encontrar sua paz E do alto das esquinas, todas as formas de vida irão ver Nos olhares dos bares tantos se encontram e ninguém se vê Mas, tenho que me comportar e apertar minha gravata Um homem infeliz vivendo na cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza E eu só peço a Deus que abençoe o Brasil E que os vermes no planalto queimem num estado febril E que a felicidade entre por vilas e morros, inundando toda viela E por toda favela e o reino do asfalto Acido como a chuva corroendo essa vida de plástico Sobre as ruas, sobre as ruas, sobre as ruas da cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza Infeliz, vivendo, na cidade cinza