Olha até acordei bem (o país que não ajuda) Como dados corrompidos (um dado viciado) Que sempre cai do lado errado Eu vou contando os dias sem saber (quantos faltam) Enquanto a tela grita em hd (outros calam) A morte bate meta todo dia Há quem pareça comemorar E todo dia santo ou profano eles empurram os limites Te colocam a leilão E feito um anfíbio escaldado Você engole calado sem nenhuma reação Em notas de repúdio sem efeito que evaporam Como gotas antes de tocar no chão Vozes que só gritam aqui dentro enquanto Os olhos testemunham essa impune aberração Sem ação Um pau de arara dentro da minha cabeç É o que se forma quando eu paro e vejo o noticiário Eu me esforço em ter resquícios de esperança Mas ouço a realidade me xingando de otário A ignorância prolifera quase que por toda parte Já não sei mais onde estou a essa altura Um prisioneiro dentro da minha própria casa Confortável no sofá da minha sala de tortura