Eu não sei viver pra sobreviver Bem mais do que se vê: há vida Parece não ter jeito pra ser o que eu sou Num mundo que exige o que se deve ser e o que se quer. Pintor bancário, poeta de armário, sonhador em partes, Revolucionário que já nasceu com o destino traçado. Ideias pela metade, ideais amordaçados E jovens amassados por não saber o que fazer. Me ensinaram que só há um caminho. Mal sabem eles que estou pronto pra pisar em espinhos, Sorrir pra solidão E beijar a testa de quem me fere num olhar cortante de não. Por toda a coragem, ser gauche na vida, Enquanto a vaidade brilha até morrer Você tem que inventar a sua revolução! Você tem que criar a sua revolução! Pra lavar a alma, pra lavar e ver nascer Tem muito nada em tudo Tem de tudo em nada Tem por nada e tempo tudo Tem ferida aberta no mundo Eu não sei viver pra sobreviver Muito mais do que se vê: há vida Você não sabe o que me aconteceu Meu inimigo maior sou eu. sou eu Sou o espelho do que não quero ver. Sou só parte do quero ser. pra quê? Pra lavar a alma, pra lavar e ver nascer Tem muito nada em tudo Tem de tudo em nada Tem por nada e tempo tudo Tem ferida aberta no mundo