Se a felicidade viesse num samba de roda Num mote doído fingindo ser maracatu, Tropeçando em poesia, Como quem tropeçasse num rastro a procura de amor Com o choro contido calado no fundo do peito Implorando o respeito daquela que então desdenhou Solidão não poderia Conter a progressão de alegria com um acorde menor Quando chora o meu pandeiro Ah! ninguém cala o meu sofrer Seu sofrer é passageiro Ah! em matéria de dor eu sou mais eu Se a felicidade calasse a servil melodia E a invadisse de filosofia de botequim Se imbuísse meus dedos cansados de diplomacia Com o vigor das palavras que então nasceriam de mim Se preenchesse meu peito vazio de sutil ironia E sutil revirasse do avesso o que dou valor A solidão não poderia Conter a progressão de alegria com um acorde menor