Non Frisson

Além do Limiar da Tarde

Non Frisson


De Marcelino Ferrer (2002)

É lindo olhar 
João Pessoa à tarde, 
a dois, 
a sós, 
assim, sem pressa
E recitar 
versos que o tempo deixou 
em cada canto e lugar

Luz do sol 
que vai e vai 
além do limiar 
da tarde que cai

Sanhauá, 
o rio passa, 
o trem que passa, 
o tempo a te cortejar

A recitar 
o teu poema lírico 
o rio corre pro mar

Céu lilás, 
aves vão voando em bando 
nuvens de cor fugaz 

Tudo corre e segue e passa assim por ela
Ela, cidade antiga, portas e janelas abertas
Ainda parecem esperar 
Por alguém que ainda vai voltar

Quando passo por suas ruas
Quantos passos, quantas luas pudera contar...
Casas, ruas e calçadas
Quantas saudades guardadas nela

É lindo olhar 
João Pessoa à tarde 
a dois 
a sós 
assim sem pressa

E recitar 
versos que o tempo 
deixou em cada canto e lugar