Se os olhos dela brilhassem Quando os meus acordassem Do feitiço mortal Nossos pensamentos na areia Como foi no início Criação magistral Meu olhos além do horizonte. Se os olhos são as janelas da alma Porque eu nunca as vejo? São olhos sem movimentos Sem cores e sem desejos. No mar eu já tive miragem No deserto só vi paisagens Na lua não vi São Jorge matando o tal dragão. O que é que tem lá, depois do horizonte? Que meus olhos não conseguem ver. A falsa verdade e a mentira dosada O normal da loucura, a coragem do medo, o escuro do dia A falta da palavra e a sinceridade forçada O desejo maior do que ser maior, do que foi um dia Um olhar medonho, um sonho, um silêncio no imaginário Um espaço perdido e um planeta em apuros no meu horizonte Um pecado duvidoso e a dúvida do pecado Tudo clareou quando a poeira do tempo baixou E o mundo girou nos meus olhos feitiços de areia.