Gringo, para e me escuta Aqui eu canto primeiro Não por ser um guitarreiro Payador assim no mais Mas por cantar sua crença No culto dos ancestrais Gringo, eu canto primeiro Por direito a precedência Pois cheguei nesta querência Mil anos antes de ti Sendo sangue, sou essência Do meu povo guarany Talvez, paisano, o meu verso Em muito te desagrade É que a tua propriedade As sesmarias d’el rey Meus bisavós não venderam São terras que nunca dei E, quando chegaste, gringo Já levantando alambrado Te assenhorando do gado Tesouros da redução Nem tiaraju sonharia Que a tua soberania Magoasse o pampa, pagão O índio vive cativo Reserva é como prisão O verde campo nativo Cedeu lugar a erosão Gringo, escute o recado Pra cada crime há um castigo E ter tupã de inimigo É querer ser castigado