[Cris SNJ] Eu sou batalhadora não corro, lutei, consegui Tantos espinhos no caminho, enquanto eu percorri Ouvi desisti de tantos que queriam me ver ruir Que até hoje se perguntam como cheguei até aqui Guerreira eu e o meu filho nos braços, sozinha Lembro do gosto das lágrimas sobre cada linha Fui persistente no corre não sou só uma neguinha Sou Cris Negrona Zona Sul pra quem pensou que eu não vinha Bem forte, capaz, potente, em meio aos caos me criei Domo minha sombra, não caio, pratico tudo que sei Partilho a paz com as minhas e guerra à quem de lei Tenta contra por inveja nós é mais ruim que vocês Feitas pro aço igual Marielle Franco Só quem é entende a dor e dela o tamanho Resistimos bem fortes a trancos e barrancos Pra que o sistema não impeça mais os nossos avanços [Rakel Reis] A fé e a esperança me trouxeram até aqui Matei o ódio que existia dentro de mim Me tornei rosa de aço resistente à dor Toda fraqueza minhas lágrimas lavou A fé e a esperança me trouxeram até aqui Matei o ódio que existia dentro de mim Me tornei rosa de aço resistente à dor Toda fraqueza minhas lágrimas lavou Salve! Entre orações e a rua eu sigo Mais uma vez ressurgindo após o abismo Mãe de três meninos sem tempo pra choro Pisando em macho escroto não aceito desaforo Eu vim pra resistir às pancadas da vida Eu de calcinha ainda menina nas ruas de Aparecida Comi o pão que o diabo amassou, morando em barraco de lona Voltei à fúria feminina dominando a porra toda Meu coração petrificou, minha mãe me fez mulher Hoje sou a voz das mina, das mana, das Queer Represento a resistência, a força da preta favelada Fora do padrão o carai Minha beleza, meu padrão, minha alma Minha mente virou arma Cuspindo palavras nos pergaminhos Incendiando o cenário de Dina Di que abriu o caminho Não fica em choque, o nome é forte! Marreta agressiva, rosa de aço tamo junto pra guerra memo! [Nay Lopes] A braba de todas as brabas Voz em punho, minha arma Rimas no fundo da alma Nay Lopes aqui quem vos fala Da Tiradentes ZL SP sou cria de quebrada De todas as rosas o espinho de aço que contra ataca Referência de porra nenhuma cheia de falhas na vida Mas tem quem se identifica Então respeita e abaixa a crista Não vim dividir, pois quem não ajunta é quem espalha na pista Sente o poder que a RUA 10 é só voz feminina O mundo dá voltas e pode parar, mas eu não paro Um dia eu posso até cair mais do chão não passo Eu sei quem ouve esse som torcendo pro meu fracasso Não acompanha o ritmo mesmo eu rimando em cima do compasso Cês diz que apoiam as mulheres mais tem fetiche por macho Lambe saco o ano inteiro e lembra delas no mês de março Se eu dependesse de patrocínio e produtor safado Eu tava esquecida, por isso meu corre eu mesma faço E eu não sou mais uma mina, eu sou uma mina a mais Se quiser pega minha mão e nenhuma fica pra trás Tentaram me aprisionar como fizeram em Alcatraz Se depender da minha carne passa fome os canibais [Karol Kolombiana] Quantas rosas na rua a vida recruta A mente atua, o corpo reluta Não se situa, o que muda é toda conduta Perpetua a tua postura pra não cair no caminho da dura Se auto destrua, a vida censura antes mesmo de tentar Quem te julga por ser bruta, obscura e não fraquejar Sem medo e com fé, em si mesmo e de pé Sustendo a palavra correta no capa a capa eu não volto de ré Todo esse tempo com dor, sem compaixão, só desamor Hoje pede perdão pra te livrar do acusador Quem foi brigar? Quem foi lutar por mim? Sozinha eu descobri o meu valor e sobrevivi Hoje eu percebi, as más ações não me faz sofrer Ao contrário me blindou e me fez crescer Parei o tempo, resgatei a luz que perdi Encontre a sua paz nada pode te impedir [Karla Vecchia] Atemporal é minha revolta pelas mina assassinada Pela polícia é agredida, em casa silenciada (amordaçada) Marias Da Penha é crescente por todo Brasil Favelada tá na mira e a pátria aqui não é gentil Na sala de parto sem dignidade, algemada Eu sobrevivi, salve pra massa carcerária Motivos não me faltam, eu boto fogo no patriarcado Sei bem quem eu sou mais uma rosa de aço Não sou mais um corpo perfeito de mente vazia Tô aqui vencendo todo o ódio da gordofobia Eu sou uma mulher livre vivendo com ousadia Foda-se seu preconceito e toda essa covardia Eu sou mais uma rosa que o crack despedaçou Floresci dos espinhos porque meu pai me resgatou Barulho de sirene feminicídio outra vez Se a justiça não resolve eu memo faço minhas leis [Rakel Reis] A fé e a esperança me trouxeram até aqui Matei o ódio que existia dentro de mim Me tornei rosa de aço resistente à dor Toda fraqueza minhas lágrimas lavou [Alim] Nem maquiagem vai esconder a dor da alma ferida Sujeita à homens e drogas buscando ser preenchida Somos rosas de aço da rua sobreviventes Na necessidade e disposição, o crime foi conveniente Inexperiente, achei que sabia o que era a liberdade Me vi escrava do ego, da raiva e da vaidade Vivendo uma vida vazia na busca constante da felicidade Foi quando entendi que o vazio que eu sentia Só Deus que podia preencher de verdade Não aceno bandeira, não colo adesivo, o rap não tem partido Se nóis se unir com o sistema esse som nem faria sentido À favor de quem vai contra tudo aquilo que Deus quer Fui mulher contra homem, homem contra mulher Criança na depressão, sem atenção, distúrbio de ansiedade Desde bebê no celular viciado Cresce sem noção do que é certo e da realidade E pro mundo se torna despreparado Eu sou mulher do palco, dos negócios e do lar Ser dona de casa é motivo de se orgulhar A dor que faz lembrar meu corpo sangrando e ver que meu filho tá morto Nunca vai apoiar movimento pró aborto Eu não te devo nada, seu discurso não me respeita Diz que é por mim, mais se eu discordar me rejeita Se o que cês quer é linha de soco toma, então aproveita Sou o que sou Alim MC não mudo pra ser aceita, pow! [Kmila CDD] Já tenho o meu nome fincado na história Muitas indas muitas vindas tão na minha trajetória Hoje vivo mais em casa mais a rua foi escola Aprendi fazer meu corre sem me contentar com esmola Inimigo deixo na sola, falsidade nem cola Mercadoria podre nem entra na minha sacola Foi assim que aprendi a ser rosa de aço Tô no jogo há muito tempo, sempre cresço a cada passo Minha família em primeiro lugar, marido e filha Prioridade máxima dentro da minha planilha Sem tempo pra preocupar com o resto Dá pra ver quem é quem em cada pequeno gesto Eu tô ligada, não caio na tocaia Bate boca com ignorante nunca foi minha praia Falta disciplina, que deselegante Tá na pele de um humilde com alma de arrogante Intolerante, implicante, pensamento delirante Palavras recaldadas acho pouco interessante É como Sandra De Sá: Eu jogo fora no lixo Pra continuar isenta sempre fora do buxixo Convidada da BUSHID o trago minha pele preta Controlando o meu tempo como numa ampulheta Sou do Rio De Janeiro cria da CDD O meu nome tu já sabe, pense antes de dizer: Kmila