O sol que arde na terra Na eterna ocasião Parece mais um fim de guerra Espalhado no sertão Profundeza deste inferno Onde a água é muito rara Onde a vida é um tormento E a felicidade é cara Onde o gado morre magro Pois quase feio é só o pasto De uma caatinga danada Eh, danada, danada! O chão carente de chuva Feito lábios machucados Feito a criança do pão Feito o peixe do regato Livros de pele e ossos Se transportam em pau-de-arara Fogem das terras cancerosas Que se alastram, mas que saram È um Saara eh, é um Saara. E as injeções de alimentos Doadas em tantos minguados Nunca chegam aos doentes Tomam os que já são curados Não os kamikazes das lavouras Reis das terras ressecadas Das legiões dos suicidas Das terras abandonadas Babalaô, cadê Ogum? Babalaô, no sertão não tem nenhum Deus? Kosi Obá Kan Afi Olorum Oh,Kosi Obá Ojú Mi Rim Can Laie Ojú Mi Rim Can Laie Mimo Ni Olodumare Pupo Nino Awon Oshelu Nico Ni Rorun Wo Adope Baba Mi Ago Oxalá!