Arrinconado no poncho da alma Trançando cordas para os meus enleios Comparo a vida ao meu doze-braças Presa nos tentos dos meus devaneios São pensamentos que viajam comigo Quando me abanco pra pensar o tempo Um mate novo pra avivar lembranças Dessas andanças desquinando tentos Um tempo antigo que não volta mais Contemporâneo pra trançar de novo Quanta saudade daqueles momentos Tramando formas sem nenhum retovo Me vou de tiro nesta estrada longa Ainda tenho dois cavalos buenos Um flete mouro com marcas do tempo E um baio ruano do trotear sereno Quem sabe, um dia, um piazito herdeiro Desses campeiros hoje em extinção Desquine ideias pra acender memórias Trançando histórias em nossos galpões Quantos gaúchos, ao matear quimeras Revendo sonhos no tempo perdidos Talvez não saibam que o bom da história São as memórias que guardam consigo Me vou de tiro nesta estrada longa