Hoje o patrão chamou e me ordenou Botar na forma os potros, Fui bem despacito a recolher solito Um após o outro Com toda paciência Mostrei a ciência sem dar atropelo Enquanto pensava no que me mostrava O tom de cada pelo. Um dia fui potrinho qual um doradilho Na frente escarciando, lembro com saudade Minha pouca idade no patio brincando Já mais eu pensava que a vida domava Um homem feito eu... Que tropeava o tempo sem domar o tempo Que me envelheceu Cada pelo diz o que o campo quis Mostrar para o campeiro O jeito da potrada vim da invernada Em galope faceiro Tem uma lição nesta vastidão De formas refletidas O pelo de um cavalo também é regalo Pra entender a vida Veja a potra ruana troteando aragana A mostrar bom porte Retoça os demais que ainda são baguais Num instinto forte Tem o potro mouro que é flor de crioulo Sangue da fronteira, faz lembrar da gente Quando adolescente a rondar trigueiras Depois já na forma tudo se conforma Com a potrada quieta todos tão altaneiros Num jeito matreiro, num olhar de alerta Escolheu o patrão o tostado pinhão Pra domar pra o filho, Excelente entendi Como cheguei aqui já de pelo tordilho Cada pelo diz o que o campo quis Mostrar para o campeiro O jeito da potrada vim da invernada Em galope faceiro Tem uma lição nesta vastidão De formas refletidas O pelo de um cavalo também é regalo Pra entender a vida