Cheiro da terra molhada Num clarear de dia A dentro o galpão. Se estende uma garoa mansa Nos campos da estância Que faço meu chão. De manso a peonada do campo Embuçala um cavalo pra lida do dia. Quem sabe se calma a garoa A lida encordoua com jeito e porfia. As casas no altar da coxilha Bombeio as tropilhas Bem largo o tropéu, Ao longo da várzea empastada Que em noite enluarada São nacos de céu. As casas no altar da coxilha Bombeio as tropilhas Bem largo o tropéu, Ao longo da várzea empastada Que em noite enluarada São nacos de céu Do gado um pampa dos buenos Se estende sereno num fato treval. Por vezes de um jeito campeiro Se junta altaneiro no cocho de sal. E sigo vivendo no campo No qual me garanto e posso dizer. Que tranco o garrão na coxilha Com toda tropilha pra me defender. Quem sabe as ancias de um povo Por um mundo novo De paz e constância. Construa a silhueta da gente Com olhos de campo E alma de estância. Quem sabe as ancias de um povo Por um mundo novo De paz e constância. Construa a silhueta Da gente Com olhos de campo E alma de estância.