Hoje me parei mais quieto, acalmei as ânsias e apeei da lida Fui me recostar à sombra pra pensar um pouco e entender a vida Vi que somos feito potros galopando xucros sem saber por quê Sempre procurando a calma em busca na alma o que se quer saber Todo homem morre um dia, isto eu sempre ouvi na minha mocidade Mas nem todo homem vive pra saber que o tempo é a felicidade Logo, resolvi, por ora, não pensar nas horas que deixo correr Pois quero perceber a vida em cada segundo que pude viver! Já tenho alguns cabelos brancos e, apesar do tempo, vejo tudo claro Há homens explorando irmãos e peões que já nem são donos de seus cavalos Há gente que não vê que a terra pede fim às guerras num grito insistente E outros que recebem glórias por plantar discórdia pelos continentes Também entendo que há pessoas que, por serem boas, se param cansadas Pois foi-se o tempo em que a bondade era qualidade pra ser preservada Há fome rondado famílias enquanto outras mesas parecem mais fartas E homens que ergueram seu brando findaram calados na mudez das plantas Então, por entender a vida nos poucos momentos que sonho acordado Revivo mais intensamente meu próprio presente, revendo o passado Guiando pela luz da aurora meus passos de agora pra longe do escuro Procuro deixar, nas pegadas, a trilha marcada de um novo futuro!